Setor aéreo irritado com reabertura “caótica” das fronteiras da UE

Nós já comentamos aqui no blog a respeito da reabertura das fronteira na UE, como uma boa notícia é claro, mas que deve sempre ser observada com os protocolos e procedimentos sanitários necessários. O alerta que recebemos hoje é sobre esse trabalho que está sendo mal coordenado. Na última semana duas organizações europeias representando companhias aéreas e aeroportos denunciaram a falta de coordenação entre os países da União Européia diante da reabertura de fronteiras fora do espaço Schengen.

Esse alerta serve claramente para nós aqui no Brasil. Já alertamos que não é o momento de viagens, nem por lá nem mesmo aqui no Brasil. O momento é sim de reciclagem, estudo e preparo para um « novo futuro ». Por lá, abordagens nacionais divergentes estão prejudicando o turismo e retardarão a tão esperada recuperação da aviação e do turismo. A situação também está criando condições desiguais de concorrência na Europa, numa época em que o setor ainda está lutando por sua sobrevivência.

Para o setor de aviação, a reabertura das fronteiras externas dos países da União Européia é realizada de forma caótica, o que mina claramente o seu reinício, após uma parada forçada ligada ao coronavírus. Claramente países da UE não respeitam o acordo que assinaram juntos, cada qual atuando de forma idependente. Isso não promove a confiança do consumidor.

Airlines for Europe (A4E), que reúne 16 transportadoras aéreas – incluindo Air France-KLM, IAG, Lufthansa, Ryanair ou EasyJet – e ACI Europe, que representa mais de 500 aeroportos em 45 países europeus, por exemplo, Bélgica, Alemanha, Grécia e Hungria denunciam o estrago. E se por lá já começa assim, podemos imaginar o que ainda vamos passar aqui no Brasil e países vizinhos.

Alguns países da UE impõem suas próprias condições.

Os países membros da UE e o espaço Schengen decidiram reabrir à partir de 1º de julho as fronteiras externas a viajantes de quinze países, como parte de uma recomendação, não vinculativa, adotada em 30 de junho. Viagens “não essenciais” à UE foram proibidas em meados de março para combater a propagação da pandemia. Mas alguns países europeus se desviam do acordo e impõem suas próprias condições.

Por exemplo, a Grécia decidiu proibir a entrada de cidadãos sérvios em seu território, “contrariando as recomendações do Conselho (da UE) e o princípio da não discriminação”, segundo as duas organizações da transporte aéreo. A Sérvia é um dos 14 países cujos viajantes são aceitos de acordo com o contrato de 30 de junho (mais a China, desde que a reciprocidade se aplique).

Outro caso considerado problemático: apesar deste acordo, a Bélgica decidiu não reabrir suas fronteiras para viajantes de 15 países terceiros, citando razões de saúde e reciprocidade.

E a Hungria anunciando que não abrirá suas fronteiras para países não pertencentes à UE, exceto a Sérvia no momento.

Esperamos que entrem em um acordo favorável à saúde de todos e voltamos a alertar, viajar em tempo de pandemia é portanto uma viagem que pode não ter volta, tanto lá na UE quanto aqui no Brasil e no mundo.

Fonte : A4E (Airlines For Europe) e ACI Europe.

Foto/Imagem: @jonflobrant

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