O transporte aéreo decolará (realmente) apenas em 2022

Será uma recuperação longa, levará tempo. Já sabemos que o COVID-19 é um desafio duradouro para a mobilidade e, portanto, para o transporte aéreo. Os participantes globais do transporte aéreo, marítimo e ferroviário serão afetados de forma durável e significativa por vários anos ainda. Os planos para demissões se seguem nas transportadoras, aqui no Brasil já podemos encontrar colegas que perderam seus empregos, é real.

Sem surpresa, o transporte aéreo é o setor “mais afetado” por essa crise, claro não esquecendo as agências, operadoras de turismo e toda a cadeia, mas esta é uma das pontas apenas, de acordo com o estudo realizado pela Companhia Francesa de Seguros para o Comércio Exterior (Coface). O volume de negócios global das transportadoras aéreas deve cair entre 51 e 57% em 2020, dependendo dos cenários. No geral, no caso de uma segunda vaga do Covid-19, a rotatividade de empresas do setor de transporte em todo o mundo cairia no último trimestre de 2021 em 27% em comparação com o mesmo período de 2019. Sem uma segunda vaga, a Coface prevê que essa redução será de apenas 5%.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) estima que as perdas do setor serão de 84 bilhões de dólares em 2020 e 15,8 bilhões em 2021. A queda no tráfego aéreo de passageiros, vítima do fechamento das fronteiras, contribuiu para a atividade de carga, sendo o frete amplamente transportado nos porões de aeronaves que transportam passageiros. Em abril, o volume de frete transportado por via aérea caiu 27,7% quando a capacidade ofertada caiu 42%, lembra a Coface.

O tráfego aéreo comercial, por exemplo, atingiu 6,8% em junho, no nível de um ano atrás, nos aeroportos de Paris. O tráfego da Paris Aéroport diminuiu 93,2% em relação a junho de 2019, com 677.899 passageiros recebidos, informou o gerente em um comunicado à imprensa. No entanto, os números estão subindo. Os aeroportos de Orly, reabertos no final de maio, e Roissy-Charles-de-Gaulle, registraram três vezes mais passageiros do que em maio. Havia apenas 204.402 passageiros em maio.

Os vôos domésticos caíram 84,4% em junho e os intra-europeus 95%. Os países Schengen levantaram restrições à circulação entre Estados-Membros à partir de 15 de junho, mas mesmo assim, como já comentamos em artigo anterior, há uma flexibilização caótica, pois cada país acaba aplicando suas próprias regras, não respeitando o tratado assinado.

O tráfego internacional (fora da Europa) também foi fortemente afetado em junho, com queda de 94,5% em relação ao ano passado. O tráfego com territórios no exterior, onde os links são mantidos em nome da continuidade territorial, caiu 80,8%.

Demissões em massa nas companhias aéreas em todo o mundo

Muitas companhias aéreas também decidiram demitir trabalhadores para enfrentar uma das maiores crises já experimentadas pelo setor. A American Airlines anunciou ontem que poderia demitir até 25.000 trabalhadores em outubro, inflando a onda de demissões que devem varrer um setor fortemente afetado pela queda nas viagens aéreas desde o início da pandemia.

A empresa pensou inicialmente que o tráfego teria aumentado mas infelizmente não foi esse o caso. Lembrem-se de que todas as companhias aéreas americanas se beneficiaram de um suporte financeiro do Estado de US $ 25 bilhões pago pelo governo para ajudá-los a lidar com a queda brutal na compra de passagens aéreas desde o início da expansão do Covid- 19 e em troca, eles concordaram em não cortar empregos até 30 de setembro. Mas outubro, já outro história não é mesmo ?

Muitas autoridades ainda impõem restrições e os passageiros ainda relutam em se aglomerar em um espaço confinado. Programas de partida voluntários oferecidos por todas as principais companhias aéreas não são suficientes. A United Airlines alertou na semana passada que poderia demitir até 36.000 trabalhadores. E o chefe da Southwest Airlines avisou seus funcionários na segunda-feira que seria necessário triplicar o número de passageiros até o final do ano para evitar demissões. Na França, a empresa nacional também planeja vários milhares de cortes de empregos.

Está cada vez mais difícil para as empresas aéreas conseguir manter seus colaboradores e rotas. Mesmo com a retomada do turismo tanto no Brasil como na Europa ou no mundo, o que realmente irá mudar a situação é a chegada da vacina, e que venha voando, urgente ! Não há retomada do turismo sem o controle 100% da pandemia, com a chegada de uma vacina.

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