Entre 1978 e 1982, Oscar Niemeyer imaginou, em um área de 120 m², um espaço que contrasta deliberadamente com a paisagem ao redor, cercado por edifícios típicos da reconstrução da cidade. E assim surgiu o Centro Cultural Le Havre.
Este ambicioso projeto, que o povo de Le Havre há muito apelida, não sem ironia, de “o pote de iogurte” ou “a central nuclear“, lembra-nos até que ponto o porto normando é um fabuloso terreno de experimentação arquitetônica. De contornos fluidos e volumes imponentes, o antigo centro cultural – que se tornou Le Volcan em 1990 – é composto por dois edifícios circulares que parecem erguer-se do solo sob a força dos elementos. Adornados com um espesso véu branco, eles abrigam, na parte alta (o grande vulcão), o cenário nacional – incluindo programação, eclético, combinando música, dança, circo e teatro, foi reaberto ao público no último dia 1º de outubro – e desde 2015, a biblioteca de mídia, na parte inferior (o Petit Volcan).
No início dos anos 2000, o grande e o pequeno vulcão estavam envelhecendo. A decisão foi então de reformá-los. Só no pequeno, foram mais de 60 milhões de euros. Na época, Oscar Niemeyer concordou que o pequeno vulcão e as instalações ao redor fossem transformados em uma biblioteca. E na prática, ele autorizou a substituição do teto do pequeno vulcão por um grande telhado de vidro.
Após três anos de obras, o grande vulcão foi inaugurado em janeiro de 2015 e o pequeno vulcão está aberto desde novembro de 2015. A entrada para os dois edifícios foi agrupada em torno da praça coberta e uma rampa helicoidal permite, a partir da Rua Racine, acesso mais fácil aos espaços abaixo.
“Um dia, como esta água, a terra, as praias e as montanhas, pertencerão à todos”
Projetado para jovens e adultos, após quatro anos de obras de reabilitação, o espaço, imerso na luz graças a um grande telhado de vidro, convida o visitante ao sossego. Resultado de um acréscimo de proezas técnicas, considerado por Oscar Niemeyer como um de seus maiores sucessos, Le Volcan sublima a áspera arte do concreto com suas curvas suaves e sensuais. Visto do céu, o conjunto evoca a silhueta de uma pomba da paz, símbolo alinhado aos valores humanistas de Niemeyer. A dica claro, é se hospedar no Oscar Hotel pois das janelas de alguns dos quartos ddeste hotel pode-se observar o edifício de outro ângulo e talvez conseguir desvendar seu mistério.
“Quando estudei este projeto, minha principal preocupação era integrá-lo corretamente na arquitetura da cidade. Não pretendia, é claro, seguir o mesmo tipo de arquitetura, que representa uma época distante e as imposições conhecidas de tempo e economia. Queria que a minha arquitetura revelasse uma nova etapa no campo do concreto armado e fosse tão simples e abstrata que, sem ser competitiva, acentuasse o impacto arquitetural que imaginava”
“Quando iniciei o projeto do Havre, pensava que a arquitetura estava ligada a um conjunto, ao clima, e não queria uma praça onde as pessoas olhassem para os elementos sob um único ponto de vista. Ali sempre venta equeria encontrar uma solução que protegesse a praça desse vento. Situando-a num nível inferior, ela poderia ser vista também de cima, dessa forma, dava outras dimensões à sua vida e ao seu espaço arquitetônico.”
No Brasil, a empresa que representa o destino é a CC Hotels e o site do Escritório de Turismo é www.lehavre.fr , procure sempre por um agente de viagens especializado no destino, operadora de turismo ou o Turismo Francês.
Fontes: NIEMEYER, Oscar. Centro cultural Le Havre, França. Módulo, Rio de Janeiro, n.74, p.44, 1983 ; PETIT, J. Niemeyer Poeta da Arquitetura. Lugano: Fidia Edizioni d’Arte, 1998. (p. 43-4).