Hoje termina o suspense e a lista 2022 de estrelas Michelin para a França finalmente será publicada. O foco está na resiliência da gastronomia francesa, prejudicada por dois anos de pandemia.
Obviamente muitos empresários e estabelecimentos fecharam nestes meses, tiveram apoio do governo francês e conseguiram se manter. Outros não tiveram a mesma oportunidade, e fecharam as portas de vez mesmo e ainda surgiram novos players: o mercado se renovou. Uma luta diária nestes últimos anos para sobreviver à pandemia.
Então hoje, à partir das 16h30 (horário de Paris) os vencedores serão anunciados, pela primeira vez na região de Cognac (sudoeste). No ano passado, apenas um chef, Alexandre Mazzia, foi promovido a três estrelas, a maior distinção do mundo gastronômico.
“A safra 2022 é uma safra muito boa que reflete a diversidade de cozinhas que podem ser encontradas na França (…) em seu próprio projeto”, disse à AFP Gwendal Poullennec, diretor do guia vermelho. “É essa vitalidade que será celebrada”.
Local e minimalismo em destaque
“Apesar da crise, apesar das dificuldades, a profissão tem mostrado uma grande resiliência, uma resistência muito grande. Foi uma oportunidade para os profissionais se reinventarem. Ir mais longe, é o que queremos apoiar”, continuou.
Outra tendência que pode acabar nas paradas: chefs e restaurantes cujos cardápios são mais minimalistas e dão lugar de destaque ao local. “Os chefs são cada vez mais afetados pelo local e pela questão da rastreabilidade dos produtos. Tudo isso se reflete na simplificação da oferta culinária e dos cardápios”.
Pensado como “um momento de reencontro de toda a profissão”, esta edição de 2022 é também uma oportunidade para o prestigiado guia gastronômico se renovar. E isto depois de um ano misto onde foi criticado por ter mantido, como se nada tivesse acontecido, a sua seleção apesar do Covid-19 e do encerramento de restaurantes.
Os critérios Michelin não mudam
Já em 2019 e 2020, o guia havia sofrido inúmeras críticas após o rebaixamento de duas instituições, criando uma agitação dentro da profissão: a do chef Marc Veyrat e a do restaurante Bocuse, perto de Lyon.
Haverá mais rebaixamentos este ano? “Nossa preocupação é ser justo com a profissão e estar no ponto de encontro de qualidade para a clientela”, especificou Gwendal Poullennec. “Os critérios continuam os mesmos e o método também.
Qualidade da mesa e dos produtos, domínio das técnicas, harmonia dos gostos, personalidade do chef expressa no prato e regularidade ao longo do tempo e ao longo de um menu: os critérios de avaliação “são os mesmos em todo o mundo e sempre foram”, ele insistiu.
Vamos aguardar as boas novas de hoje! Et bon appétit à tous !