A França respira provavelmente aliviada na manhã de hoje com a condenação de Marine Le Pen. Mas o quanto afeta esse veredito para o turismo na França? Quais as consequências ?
Não faz muito tempo, em 2022, nas últimas eleições presidenciais da França, Le Pen reafirmava em seu programa de governo que aumentaria o poder de compra dos franceses, caso eleita e que a economia e seu modelo social seriam defendidos, iria restaurar a segurança e parar a imigração na França. Alegava em seus discursos que o poder de compra havia diminuido, a selvageria aumentado, o povo estava desprezado e a imigração fora de controle.
Apesar de seus discursos que não se mantiveram, pela primeira vez na história, o partido de direita radical Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, saiu como o mais votado no primeiro turno das eleições parlamentares na França em julho de 2024, uma grande surpresa para todos, mas em uma reviravolta e tanto, a Nova Frente Popular, de esquerda, conseguiu 182 assentos no 2º turno e acabou pour vencer o segundo turno das eleições legislativas na França e o RN de Le Pen ficou em 3º lugar.
Mas parece que os tempos mudaram
E como mudaram… Em 31 de março de 2025, condenada a cinco anos de inelegibilidade e dois anos de prisão, Marine Le Pen vê suas chances de concorrer às eleições presidenciais de 2027 reduzidas a quase nada. Esse revés legal sem dúvida marca uma virada em uma carreira política de 30 anos, durante a qual ela trabalhou para demonizar o partido de oposição, vencedor esmagador nas últimas eleições europeias.
Em 2015, com a chegada da Frente Nacional em diversas regiões francesas já pensávamos que poderia ter consequências muito negativas para o turismo francês. Se já naqueles anos o partido de Marine Le Pen mostrava pouco interesse em nossa profissão, em seu programa eleitoral, suas propostas econômicas retrógradas teriam impactos desastrosos nas empresas. Já naquele ano sinalizava-se que o turismo estava completamente ausente das plataformas da Frente Nacional, que concentrava seu discurso em questões de segurança, mesmo que isso não seja responsabilidade das regiões.
Solidariedade, tolerância, respeito
O mundo do turismo está impregnado de valores humanos universais que vale a pena lembrar. Mas ainda assim, existem falhas em instituições e organismos que precisam ser reparadas.
É como se diz, “decisão judicial não se discute, se cumpre”…
Obviamente se respeita o direito ao contraditório, mas é evidente que precisamos urgentemente rever as instituições e suas diretrizes, para encontrar novas formas de corrigir o que podemos ainda mais melhorar, em todos os setores.
Nas eleições de 2015, por exemplo, a Frente Nacional parecia ter pouca preocupação com a estratégia do turismo. No programa de Marine Le Pen , a palavra “turismo” aparecia apenas uma vez em 106 páginas do Programa.
E a pergunta que fica é “O que queremos para o nosso turismo do futuro ?”